Tão tangível quanto o ar, o toque firme do vento, é o passar
dos dias, o sentimento de vazio e vácuo por vezes nos intimida. Um dia desses o
vácuo veio visitar, acho que visita a todos, sem pedir licença, bem mal
educado mesmo, e nesse instante é que se percebe o quanto certas coisas fazem
falta.
Hoje o sentimento não é de um estrangeiro, é de um nativo,
nativo que conhece como as linhas da mão o traçado de uma vida. Parece que tudo
está correndo como o programado, ritmo certo, rota ideal... porém a programação
às vezes cansa.
Esses dias tediosos, que nos fazem pensar, nos tiram do sério,
melhor não pensar, não estipular, não planejar. O sentimento de nativo parece
assustar, a terra estrangeira que não mais existe nos tira a excitação, onde
está a dúvida do caminho? A incerteza de pegar a esquerda ou à direita? O não desbravar
tira qualquer um do sério, ou pelo menos deveria.
Sabe o que frustra? Ter certeza. A certeza nos torna
cansados, sem perspectiva, esses dias de um nativo não podem durar, o
estrangeiro é um turista que qualquer coisa impressiona. Sabe de uma coisa,
pega esse mapa aí, e rasga ele todo.