sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Lúcidez confusa...

Sinceramente me perco nos paradoxos da vida, olho pros lados numa rua qualquer vejo mentes iguais, em rostos diferentes, vejo isso ao olhar um auditório cheio, vazio de mentes, vazio de ideias, repetem o mesmo discurso, repetem a mesma falácia, as revoluções em sapatos "all-star" acaba ao chegar em casa e alienar-se do mundo. Já foi dito que a juventude por aí é uma banda numa propaganda de refrigerantes... "Che" Guevara na camiseta é símbolo pop, discurso comunista é moda capitalista. 
Sinceramente me perco na realidade e no cotidiano, vejo gente revoltada em páginas de redes sociais, mas ninguém nas ruas pra gritar sua revolta, compartilhamos bobagens na mesma velocidade que elas aparecem... aquilo que vale a pena se perde... se esquece... viver é preciso, discordar é preciso, mas acho que um dia todo mundo cansa... cansa de ver rostos diferentes dizendo coisas parecidas, bonito é, não duvide disso, mas feio e desestimulante é ver tudo isso se perder num instante, naquele instante em que uma voz mais alta se eleva, que o medo se encarrega de nos tirar do rumo... e sempre acreditamos que o rumo que seguimos é o rumo que todos deveriam seguir... o único rumo certo é aquele que eu escolhi pra mim, e como já ouvi de um outro alguém "...uma contradição andante, parcialmente verdade, parcialmente mentira, tomando todas as direções erradas no seu caminho pra casa..."

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Dizem...

Dizem por ai que você gosta de mim, dizem por ai que você tem vontade de estar comigo, mas dizem tantas coisas, dizem tantas mentiras, que acreditar é um risco muito grande... dizem por ai que as coisas que eu te digo te deixam feliz, dizem por ai que você gosta de conversar comigo, dizem por ai que você sorri quando lembra de mim... mas só dizem, dizem tanta coisa, dizem tanto sobre tão pouco, que tampouco eu sei dizer se eu acredito, dizem tudo isso sabe, eu não sei... confesso que se for tudo verdade espero que mais ninguém me diga, só você.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

[CONTOS] Ana II

Um mês se passara e Ana pouco tinha progredido na sua busca de um lar, tinha andado por várias vilas e comunidades, mas nada que se pudesse julgar passível de morar. Era final de Outubro, sentia a brisa quente nos cabelos enquanto andava, andou até encontrar uma boa vista pra o pôr-do-sol, magnífico por aquelas bandas, céu alaranjado, com poucas nuvens e o gigante amarelo descendo devagar.
Ela adorava ver o Sol se por, era leitora assídua de "O pequeno príncipe" de Exupéry, e o trecho em que o príncipe dizia que gostava de ver o pôr-do-sol quando estava triste era sua parte predileta, ela também gostava de ver o crepúsculo, e nessas horas ela parava pra conversar com seu amigo imaginário, amigo esse que surgiu num desses dias solitários e tediosos.
- Você notou que esses dias eu tenho estado mais feliz? - perguntou Ana com os olhos marejados e nada felizes.
- Notei... notei que você tem aprendido a mentir - veio a resposta de algum lugar que não possa ter sido além de sua mente.
- Por que você diz isso? - ela se virou e notou que havia uma criança ao seu lado, ouvindo o diálogo ou monólogo, não havia como definir - Quem é você? De onde você veio?
O menino aparentava ter uns 6 anos apenas, olhos sem brilho, rosto sério, não tinha pretensões de responder, apenas chorava, segurava na mão uma foto, entregou a Ana que reparou na imagem de um bebê, nos braços de alguém, provavelmente sua mãe, e ao lado dela um rapaz.
- É você na foto? - ele balançou a cabeça negativamente, e apontou pra foto e pra ela. - Como assim? Sou eu?
No instante seguinte ela estava deitada escrevendo numa folha em meia página, algo sobre a solidão de não ter pais e não conhecer os seus, era noite, céu estrelado, e de seus olhos caia uma lágrima, teria sonhado? Ela não saberia dizer, pouco saberia definir o que era verdade e o que era mentira nesses últimos dias, passava a viver uma esquizofrenia sem fim, e isso a deixava depressiva, nada mais fazia sentido, isso aqui não faz o menor sentido.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Não...

Eu não acredito... não consigo acreditar que quando eu aparecer diante de sua casa não vou ver mais a cadeirinha de plástico, a bengala e o senhor observando o movimento... não consigo crer que não vou ouvir "ô Lemãozin" todas as vezes que eu aparecer na casa do senhor, ouvir o senhor contar dos causos da rua, de antigamente,  da política, daquele doce que o senhor quer tanto que minha mãe faça... da sola dos pés pra lixar... do café com leite, do pão... dos dedos indicando que tá chovendo em Monte Alto, lá pelos lados de Mutans ou Ceraima... da preocupação se a gente comeu ou não... ouvir vó falando "ô véi, sossega véi". Não consigo, sinceramente não consigo...

Esteja em paz vô...

domingo, 18 de setembro de 2011

[CONTOS] Ana.

Já era noite quando Ana resolveu tomar o rumo de casa, pouco mais de 12 anos de vida, mas tanta coisa vivida, assim ela acreditava, nas costas uma mochila de couro, água, comida, e um livro, um livro a ser escrito, pouco mais de cinquenta páginas, seria sua autobiografia, mas tantas metafóras que considerar algo ali seria complicado... orfã, sozinha, e muita história... morena, olhos cor de mel, pele mais clara que os cabelos pouca coisa, bonita, muito bonita, de chegar em qualquer ambiente e interromper a mais séria das conversas, pois sim, essa é Ana.
Vivia em busca de sua casa, sempre pensava nisso, mas nunca soube onde era, até que mais cedo naquele dia de setembro, debaixo de uma mangueira bem frondosa, ela teve uma conversa inesperada, sentada debaixo da árvore ouviu uns passos se aproximando, era um velho, tinha pra quem dissesse pouco mais de 70 anos:
- Boa tarde meu bem, como você se chama?
- Boa tarde senhor, meu nome? Bem, não é tão importante assim nesse momento.
- Muito enganada... quando disseres teu nome pra mim, entre nós um laço se criará.
- Pode até ser, mas quem garante que o senhor não esquecerá meu nome, e o que ele representa.
- Um dia quando eu conhecer outra menina com nome igual ao seu, me lembrarei de você e da conversa que tivemos, e todas as ... como é mesmo seu nome, meu bem?
- Ana - não percebendo a astúcia do velho.
- Pois sim, Ana, todas as Anas que eu conhecer de hoje em diante terão um pouco de você na memória, essa desconfiança, esse medo. Sabe... eu estava ali atrás vendo você escrevendo nesse livro, o que tanto você escreve posso saber?
- Se eu disser que não o senhor me deixará em paz e sairá? - ele acena negativamente com a cabeça - É eu imaginei... bom... são minhas memórias.
- Memórias? O que uma criança teria pra lembrar da vida, ou melhor, teria vivido pra poder escrever um livro?
- Desde quando precisamos ser velhos pra ter vivido muito? O senhor pelo que me parece nada viveu.
- Tá vendo criança? Vês o pouco que você viveu? Eu também agia assim quando tinha sua idade, deixei minha casa, meus amigos, achando que o mundo era meu. Você tá certa, eu vivi pouco, pouco pra o que eu poderia ter vivido, mas você, você meu bem... não tem nada muito de diferente de mim não... se eu fosse você voltava pra casa e largava esse livro, antes de escrever qualquer coisa, leia as pessoas, não adianta escrever sobre a vida levando somente a sua em consideração... volte pra casa, e leve na bagagem um pouco de humildade, a soberba que você tem transborda pela respiração, ela você pode ir abandonando.
O velho não permaneceu parado pra ouvir uma réplica de Ana, ele simplesmente rumou pra trás da árvore e foi andando até sumir dentro da grama alta que ali se encontrava. Ana permaneceu ali pensativa durante horas... não conhecia nada de sua história, muito menos conhecia qualquer história, seja de algum parente, seja de amigo, pois sempre fora assim, arrogante, dona de si e do mundo, como nunca se percebera antes, estava sem razão. Pegou novamente e leu o primeiro parágrafo:

"Ana é o nome que ouvi me chamarem desde quando me lembro de entender as coisas, cresci sozinha, sem ninguém, não sei quem são meus pais, não tenho amigos, mas sempre fui muito esperta, muito astuta pra tudo, nunca precisei da ajuda de (...)"

Nesse momento ela parou... o velho tinha razão, ela nada sabia da vida, ninguém vive sozinho, ela nada aprendera, era mestre pra persuadir as pessoas pra conseguir comida, pra conseguir algum dinheiro, mas carinho? Isso ela nunca aprendera... tão nova... muito só... ela jogou fora aquelas páginas escritas, e guardou as intactas, ali nasceriam novas histórias.

sábado, 27 de agosto de 2011

Esperanças - "Onde você guarda suas esperanças?" (Joyce Figueiró)

Eu guardo minhas esperanças dentro das canetas, entre meus dedos e sua tinta, pois nelas eu depositei o que eu desejo e espero que deem certo, e quando esqueço pego uma delas, das incontáveis canetas que passam por mim e seguro firme, e escrevo, pronto ta aí minhas esperanças surgindo.
Elas surgem  como se nunca tivessem sido guardadas, como se viessem de uma vitrine de loja para dentro do meu peito, dos meus olhos. Elas surgem como um sorriso depois do elogio de alguém que se ama, aquele que vem devagar... devagar... mas quando se abre mais um pouco ele não resiste e percorre de uma orelha a outra nossa face... 
Eu guardo minhas esperanças nos meus, nos seus, nos nossos olhos, pois eu vejo ali dentro e enxergo por eles, temos que ver nossas esperanças... ah... eu também guardo dentro do meu, do seu, dos nossos narizes, pois eu inspiro por eles, e inspirar esperança traz inspiração... ah... eu também guardo dentro da minha, da sua, das nossas bocas, pois eu traduzo palavra em fonema, traduzo escrita em som, esperança em melodia, em ritmo, em fantasia...
Eu guardo minhas esperanças no coração, bem do seu lado, porque eu sei que você vai vigiar e cuidar dela direito, com todo respeito, com todo afeto... na verdade, eu não guardo as esperanças, não posso imitar Pandora, tenho que deixá-las soltas, deixá-las livre, pra assim todos compartilharmos delas.

PS: Se quiser conhecer Joyce Figueiró e também responder a pergunta da Joyce visite: http://reter-essencias.blogspot.com/ e sua página no face: https://www.facebook.com/pages/Reter-ess%C3%AAncias/236068363080347

terça-feira, 19 de julho de 2011

Permita-me terminar

Permita-me dizer que não importa quem é você, nem o que você quer ser, muitos menos de onde você veio, e pra onde você vai, não quero saber de você nada menos nem nada mais, nem tão pouco, nem tanto faz, se você ri, se você chora, se você ama ou se namora, se sentes ou se mentes, se é, se era, se será... se for pra ser...
Permita-me contar-te que teus olhos, tua boca, tua orelha, teu sorriso incontido, nada disso importa, nada disso tem sentido... não vou, nem posso, nem quero te dar ouvido, escute calada o que quero contar, entenda por fim, que no fim, o início, e o meio, só são caminhos traçados, porque partir pro final não tem graça, deixa tudo sem graça, e perderia a graça de dizer que só escrevi pra você porque eu só quero te dizer - aqui bem no final - que eu só penso em você.

sábado, 16 de julho de 2011

Esse tonto...

No peito bate forte uma bateria, uma percussão, um desejo, uma angústia, uma vontade, num peito tão individualista, tão egoísta... mas dividido em muitas paixões. Amanhece nublado, perdido, depois pondera, melhora, regenera, se torna Sol, brilho, luz, é um tonto.
Neste mesmo peito pendura-se um alvo, um soldado em guerra, escondido na trincheira, perdido, sem eira... nem beira... projeteis de todos os lados... até que explode uma bomba, o barulho de sinos, não... de sirenes...
É um peito doente, enfermo e intranquilo, procura em alguém um abrigo, um leito de hospital, uma cura real. Disritmado, desregulado, des... é um tonto.
Um tonto, mas te perdôo meu tonto, melhor ser tonto, que racional, uma orquestra, melhor ser tonto, punk rock, barulheira, a sua bagunça é muito mais legal.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Literatura

Hoje é um daqueles dias que eu acordo como um livro didático de literatura, perpasso o classicismo, me envolvo no barroco, me jogo no  "Mal do Século ", um Byronismo absurdo. Choro... choro como se fosse puro romantismo, me descrevo com total simbolismo, me floreio de parnasianismos, volto pra Arcádia.
Hoje é um daqueles dias que me vejo nas linhas de Shakespeare... ouvindo a voz de Romeu se declarar pra Julieta, e ao longe alguém dizer que há 'algo podre no reino da Dinamarca', sou um trovador sem alaúde, sem melodia, sem ritmo, sem refrão.
Amanhã quem sabe eu seja mais moderno, mais vanguardista... duvido.
Sou futurista do século XV, sonhando com engrenagens, vapores, e motores, sou assim, busco ainda na poesia a minha musa inspiradora, minha peça que falta no cubismo que eu sou.

domingo, 17 de abril de 2011

Quartos e metade

O que eu sou? Metade. O que tu é? Metade. Somos metade de um tudo, de um mundo, de uma vida, somos 50%, somos 1/2, completos até sentir a incompletude, a falta do resto. 
"A vida é uma sucessão de quartos" e as pessoas que encontramos nesses quartos que nos define a vida, que nos molda, que nos muda, nos sensibiliza, que nos completa, nos trás os outros 50%, a outra metade que faltava, mas às vezes a porta emperra, ou bate na nossa cara, e aí foi-se a metade, e pra quem achava que era 100% se sentir só 50% é sufocante, mutilação, metade da vida arrancada. É uma sucessão, não infinita, há mais quartos, mas encerra-se um dia. 
Torço pra que todos escolham bem a pessoa pra ficar no quarto mais confortável, da sua cor preferida, do seu cheiro preferido, e com a decoração ideal pra você, enquanto isso a gente preenche com as amizades os outros 50% que falta, pode não ser suficiente, mas será sempre de coração e por mais que algo esteja ruim é só lembrar "Isso também passa".



Aos bons de coração, e a bonequinha de luxo com andorinhas no quarto cor-de-rosa.
;*

domingo, 20 de março de 2011

[CONTOS] Acordado sonhando

Tem dias que você acorda, e não espera nada de muito anormal e diferente no seu dia, mas quando você vê alguém que não sabe do que você espera, abre tuas gavetas.
- O que fazes?
- Nada não, só jogando fora umas coisas.
- Jogando fora? Mas essas coisas são minhas.
- São, concordo, mas não te servem mais.
- Como assim!? Isso quem decide sou eu!?
- Não me importo. - lá se vão as fotos, os escritos, as memórias.
Jogando no lixo uma por uma, as lembranças vão me doendo os olhos e o peito, é taquicárdico, é vertiginoso, é doloroso. Termina de jogar fora tudo, e sai sem nem dizer o nome, nem como entrou aqui, e porque fez tudo isso.
Perdido, desorientado, sem muito o que fazer, começo a vislumbrar a ideia de que agora nem o cérebro será capaz de manter lembrança, que isso tudo um dia vai se perder, no vento, no tempo.
Me levanto da cama, uma tontura me acomete, ainda assim persisto e ando, fecho a porta atrás de mim, ando sem rumo, dor no peito, mas sem irradiar pra nenhum lugar, se concentra bem no meio, como se o que está ali dentro tivesse reduzido de tamanho e não passasse agora apenas de uma bola de gude.
As pessoas que encontro perdem o foco, as cores somem, o dia escurece, cansado disso tudo, me escondo com fones de ouvido, crio um mundo hermeticamente fechado, crio uma bolha.
O que está de fora não mais importa, porque o que está por dentro muito menos, as horas passam e continuo a vagar, sem rumo, sem direito a escolha, pois ela foi tomada sem mim, e agora experimento esse gosto amargo.
A gravidade parece ter aumentado, mas não é meu corpo que se inclina, não são minhas pernas que enfraquecem, é minha mente que padece, ela grita mas eu finjo que não ouço, o som da música é mais alto, me gritam:
- Ei, passa e não fala com ninguém é?
- E adianta? Não quero conversar com minha mente, imagine com outras...
Ao longo dos anos aprendi que não importa quem eu sou, na verdade, damos importância a muita coisa que só nós damos, eu enxergo isso claramente agora, mesmo com os olhos embaçados.
Vejo diante de mim uma ponte, não muito alta, mas parece ser suficiente, me posiciono lateralmente a ela, olho pra baixo, fecho os olhos, pra não mais abrir, pulo.
Acordo, coração disparado.
- Hum...

quinta-feira, 17 de março de 2011

[CONTOS] Carnaval

Acordo, me levanto, me higienizo, me alimento, saio. Ando, ando mais um pouco, pessoas passando, gente sorrindo, máscaras, festa, sons, muitos sons, uma diversidade aterrorizante dum mesmo ritmo
- Cata-ventos gigantes no meio da rua, girando, girando, girando, girando... 
No contorno do vento, meus pensamentos vão se prendendo, tangenciando na mesma velocidade, girando os cata-ventos em minha cabeça, um carnaval na rua, um carnaval em mim, o tempo perdeu o sentido, acho que tudo perdeu o sentido.
- Tá sentindo?
É... é sem sentido, tudo isso, esse giro, essa volta, essa vida. E lá vem o vento, girar tudo de novo, até parar e chegar a quarta-feira de cinzas, mas não acaba assim, tem ave que renasce das cinzas, por que não experimentar?

sábado, 12 de março de 2011

Reflexo

Diante do espelho descobri uma verdade guardada atrás dos meus olhos desde muito cedo. Sou louco, confuso, e ainda acima [ou abaixo] de tudo me sinto [ou sou] só.
Tenho dezenas de amigos, pessoas que gosto, que amo, que num dia me querem e noutro me desertam. Tenho boas ideias, paixões, ambições, mas pra mim? Nada tenho. Quando me vejo no espelho, não me enxergo, ou nada vejo. Ou vejo outra pessoa, outro olhar, outro pensar, outro fazer.
Quem é essa imagem refletida? E o que ela tanto reflete? Por que tanta confusão? Por que tanta falta de convicção, ação, reação, motivação, ão, ão, ão, ão? Não reconheço teu [meu] rosto, nem teu [meu] comportamento. Como me chamo? Meu nome é... sinceramente? Eu não sei, e na verdade, não importa.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Liquidificar palavras, adicione água no dicionário em pó.

Asas pra quê? Asas por quê? Não vai voar, não vai voar! Pensar!? Pensar!? Esqueça! Andar, falar, correr, sair!? Esqueça!
Ideias pro alto, e pedras pra baixo? Não. Ideias pra baixo e pedras pro alto. Que atinja as cabeças, que machuque as ideias, que acerte a consciência, e traga, traga urgente a inconsciência, a ignorância, a apatia. Acomoda-te, cala-te, prenda-te.
Não precisa voar, não precisa falar, não precisa pensar, não precisa querer, não precisa dizer, não precisa de nada, pois tu vieste do nada, é burro, é pó... e só.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Três

Diante de mim, três espelhos, três portas, três caminhos. Três imagens refletidas de três diferentes Eus, o primeiro deles é amor, o segundo deles é fogo, o terceiro é apenas cinzas. Três caminhos possíveis, um já visitado, dúvida se quero voltar pra ele, um visito às vezes, divertido, intrigante, mas acabo voltando, e o terceiro nunca fui, não conheço, arriscar conhecer vale a pena?
Diante de mim três opções, três escolhas. Por que não duas? Como todo caminho comum? Por que não são só dois desvios? Porque comigo tudo é diferente, não se divide as possibilidades em apenas 50%, entre cara e coroa, é uma moeda de três faces, mas e ai? Peço o quê? Ou simplesmente jogo a moeda e vejo no que vai dar...?