sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Aprendendo a viver

Não, não, não vou ensinar ninguém aqui como viver, quem sou eu para tal, é apenas uma nova análise.
Todos os dias, a partir do nascimento nós aprendemos algo novo, no início, tudo é novidade, desde um molho de chaves até o brilho de uma lâmpada, depois... vamos aprendendo a sorrir, a engatinhar, ficar de pé, andar, percebemos que há tanto para se descobrir, e há muito para se viver.
O aprendizado e a vida estão completamente ligados. Aprender não é somente o ato de ir à escola, estudar, ler, calcular, interpretar, é entender a vida, compreender os outros, descobrir-nos, ou pelo menos chegar ao mais próximo disso. “Conhece-te a ti mesmo” disse Sócrates, tornar ciente da ignorância e da necessidade de adquirir conhecimento é sim importante, mas conhecer a si, se faz necessário na vida de todos, não somente entender as equações matemáticas, muito menos as antíteses de Camões, ou quem sabe as reações de Friedel-Crafts*, precisamos acima de tudo aprender a viver.
Desilusões, decepções, tristezas são melhores professores que a vitória, a alegria, quando sofremos uma derrota aprendemos a lidar com sentimentos que desconhecemos, e assim tornamo-nos pessoas melhores, alguém sempre acostumado a ter tudo, nunca ser derrotado, ao perder algo vê o mundo desmoronar.
O princípio de todo o aprendizado da vida é entender sua efemeridade, não há segunda chance, ou possibilidade para voltar no tempo, cada momento que passa é uma aula para o resto da vida. Se cairmos, erguemos a cabeça e seguimos adiante, as escolhas são feitas sem direito de volta.
E de forma alguma eu me considero sabedor de métodos para se viver, apenas quero partilhar a ideia, para encerrar cito Millôr Fernandes: “Viver é desenhar sem borracha.”

*Reações de Química Orgânica, todas me aterrorizam bastante, por isso escolhi uma delas para ser citada.
Texto ressucitado e modificado, tava aqui cheio de poeira e teias de aranha, achei que merecia ser apresentado.

6 comentários:

  1. "Desilusões, decepções, tristezas são melhores professores que a vitória"

    o aprendizado está apenas disponível a quem está disposto a aprender
    existem duas maneiras de se aprender com erros:
    com os seus e com os do outros,
    mas
    os seus serão mais dificilmente esquecidos,
    o que é uma pena
    =]

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  2. Sua capacidade de redigir evoluiu bastante ,
    as convicções amadureceram xD

    "O campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer."
    (Abraham Lincoln)

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  3. Viver é aprender. A mágica das descobertas é o que fascina desde crianças até adultos... Conhecimento é a uma das únicas coisas que ninguém vai poder lhe tirar, tudo o que você aprende constitui o que você é. É sempre algo a ser somado. Nunca é o bastante, e nunca terá fim... nem quando sua vida acabar. Pois quando este dia chegar você vai perceber que ainda faltava tanto pra se ver... E no entanto vai também entender que o "conhecimento absoluto" é um ideal a ser buscado, e o melhor está no caminho e não na chegada...

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  4. "o melhor está no caminho e não na chegada..."

    como se percorre o caminho, não onde se chega...
    sim, minha definição sobre a felicidade tambem.

    a felicidade é democratica...

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  5. Confesso que uma das razões para eu detestar (detestar é, obviamente, um eufemismo de miha parte; na verdade, um 'abominar' ou um 'odiar' ou um 'execrar publicamente', sublinhado, em itálico e em negrito ou em letras garrafais representaria melhor o meu pensamento) comédias românticas e blockbusters em geral é o fato de eles sempre (ou quase sempre) terminarem com finais felizes (ou aqueles finais que parecem dizer: "E tal casal viveu sua vidinha medíocre sem brigas - que é o que tais filmes nos levam a crer - sem ressentimentos, ou traições, ou ciúmes, ou 'crises de meia-idade' até completarem uma centena de anos casados"[bodas de num-sei-o-quê-lá; deve ser bodas de sequóia - aquelas ávores imensas que vivem durante mais de um par de milênios]).A meu ver, a vida não é de maneira alguma o que acontece nos filmes, mas não é, absolutamente, o que acontece em filmes estilo 'finais felizes'.A vida é antes de tudo uma sucessão louca, imprevisível e repetida de erros e fracassos, e, porque não, êxitos. Contudo, duvido muito que os sortudos, os que ganham na mega-sena, os filhinhos-de-papai, os de "sangue-azul", os que nascem em berço de ouro, etc., não tenham sofrido, não sofram ou não sofrerão de alguma maneira em suas vidas. Se alguns dos santos católicos* hoje são santos porque foram mártires (ao menos, é essa a versão oficial da Igreja para a vida de muitos santos), se sofreram buscando a felicidade e a alcançaram através do martírio, se - de uma maneira semelhante, porém mais radical e/ou fundamentalista - os homens-bomba sofrem e se martirizam em busca de uma felicidade eterna, não o fazem por acaso. Sofrem porque "o sofrimento que não mata, engrandece"(sinceramente não sei de onde eu tirei essa frase, só sei que não é minha); sofrem porque o caminho para a felicidade está no sofrimento e no martírio; sofrem porque é no martírio que enxergam o quanto a raça humana é desigual e o quanto são impotentes para mudar algo, e, por isto, por sentirem inclusive a dor alheia, são felizes ou se tornam felizes mudando a si e mudando os outros(porque não o mundo). O caminho para a felicidade é, sem dúvida, (e esta é a minha opinião, não é uma receita) permeado por dificultosas situações, dolorosas, melancólicas, angustiantes. Só se acha a felicidade dentro de si (e o ser humano é um mundo sem fim; um mundo concomitantemente assassino, amoroso, genocida, belicoso, homófobo, pedófilo, brutal, amigo, afetivo, estuprador). Eis o porquê do caminho difícil que obstaculiza a eterna marcha humana rumo ao paraíso (que não é um lugar. Longe disso! É um estado de espírito.).



    *Falo 'católicos' porque não sei quem lerá a mensagem e de que religião seria.
    **Quanto aos meus "porquês", creio que somente o último, seguramente, está correto.

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