quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

As faces de uma verdade...



Não existem muitas verdades absolutas, aquelas que não são absolutas podem ser consideradas como verdades? Considerar algo como verdadeiro ou falso é muito subjetivo, a questão é de opinião, do contexto, e da análise. Se considerarmos uma frase defendida há muito tempo pela igreja católica de que o Sol e os planetas da Via Láctea estão em órbita em volta da Terra, naquele tempo, o período antes de Galileu Galilei isso era tido como verdade, hoje por meio do método científico, que o próprio Galileu contribuiu, a verdade contemporânea sobre isso é a de que os planetas, inclusive a Terra, giram em torno do Sol. Então... como decidir qual a verdade, e o que é verdade?
Uma verdade hoje pode ser mentira amanhã, a verdade deveria ser isenta de dúvida, mas não o é, ainda mais quando se leva em consideração a humanidade, o ser humano mente, tem tal capacidade porque pensa, porém se considerarmos toda verdade como questão de ponto de vista então certas mentiras podem ser verdades, e a frase "uma mentira repetida muitas vezes torna-se uma verdade" também torna-se verdade, ou será então mentira?
O assunto é confuso e complexo, e por isso existe a dúvida, por ela se busca a verdade, ou a mentira, ou que cada um de nós define como sendo um deles respectivamente, acredito em algumas verdades, assim como todo mundo, e assim como alguns de nós preciso me desacreditar de algumas delas, me enganar, para não achar que posso ser enganado por qualquer um.
Mas ainda que me faça desacreditar, assim como Galileu posso dizer depois do meu julgamento que: Eppur si muove! [Contudo, se move!].

12 comentários:

  1. Quão relativa é ela!
    Muitas vezes nos são ditas verdades que só depois descobrimos que não são. Aprendemos aquilo simplesmente pelo fato de não termos maturidade suficiente para compreendê-la e passamos a acreditar em outra 'verdade'.

    Mas apesar disso acho necessário acreditarmos em uma segundo personalidade, crenças..
    Fazendo uso das palavras de Carlos Drummond:
    ...Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
    Chegaram ao lugar luminoso
    onde a verdade esplendia seus fogos.
    Era dividida em metades
    diferentes uma da outra.
    Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
    Nenhuma das duas era totalmente bela.
    E carecia optar. Cada um optou conforme
    seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

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  2. Valeu pelo comment no meu blog! Eu queria mesmo comentar sobre a verdade, mas não tenho nada a acrescentar a seu texto, por isso comentei no da tristeza.
    xD

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  3. (...)dividida em metades... carecia optar... conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia...

    É bem isso, melhor síntese essa poesia não poderia fazer...

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  4. Muito bom questionar a verdade, meu caro Bob...ou a mentira??
    Me fez pensar como seria o mundo sem as mentiras-verdadeiras ou as verdades-mentirosas e acabei nessa confusão que a dúvida trás, em busca de uma verdade-verdadeira!
    A realidade é que uma não existiria sem a outra!e sem elas não existiríamos, fomos e somos formados por mentiras e verdades, cabe a cada um distinguí-las!
    gostei do texto,Marlon!!abraço!

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  5. ''Não existe verdade absoluta''. E eu acrescento: não existe verdade absoluta, e essa é uma verdade.
    A mentira é a condição para existirmos, prefirimos o erro e a ficção à dúvida, e qual seria a maior verdade se não a a dúvida, a consiêcia de que não sabemos...? Ser convicto de alguma coisa é enganar-se.
    Interessante você mencionar a igreja católica que é a mais perfeita prova de que "uma mentira repetida muitas vezes(e ao longo dos tempos) torna-se uma verdade".
    ...
    Nietzche dizia que a grande questão de um pensador é até que ponto ele pode suportar a verdade, aliás não consigo falar de verdades e inverdades e não me lembrar dele...

    ''Ninguém mais morre devido as verdades fatais hoje em dia, existem antídotos em demasia.''Nietzsche

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  6. "Há três versões para o mesmo fato, a minha, a sua e a verdade, e ninguem está mentindo"

    Nós conhecemos a "verdade absoluta" com outro nome, fanatismo...

    Não entrarei na polêmica das religiões, mas se olharmos os 10 mandamento, mais precisamente a partir do 4º, veremos que, idependente se é verdade ou não, eles nos instruem a um comportamento social visado no bem-estar da sociedade.

    Nuca saberemos qual a verdade, resta-nos fazer o que achamos certo.

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  7. "Não existe verdade absoluta!"[2]
    Texto brilhante. A subjetividade, já discutimos tanto isso!

    Ahhh esqueci de te falar, seu blog tá lindoooooooooooooooooooooooooo demias da contaaa! Amei

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  8. Num mundo de desconfiados, se propusermos o questionamento de todas as verdades nos tornaremos "loucos" (acho que caberia um texto seu referente à loucura viu pé?,rsrs..) Mas o seu texto me fez lembrar uma frase de Sócrates "só sei que nada sei", acho que tem muita relação uma coisa com a outra. Ah, sei também que vc a cada dia que passa tah dominando o poder das palavras meu velhinho.. muito bom o texto. Parabéns!!!

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  9. Verdade e absoluta

    duas palavras que são deveras complicadas. é dificil as manter dentro do da coleção de léxicos utilizados, especialmente quando se tem a mínima pretenção de estar aberto ao turbilhão de conhecimento ao qual somos submetidos com o cotidiano - ou quando nos permitimos.

    A postagema cima foi minha tb, mas eu estava logado na conta da sala, então deletei e coloquei novamente. ^^

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  10. Que texto interessante! Não vou opinar aqui, é melhor sintetizar um post qualquer dia desses xP
    Verdade. Nunca saberemos o que é isso. x)

    Galileu, o corajoso. Gostei do seu blog! Estou acompanhando... até mais!

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  11. Discordo da maioria dos colegas acima! Quem disse que não existe verdade absoluta (nem chamaria de absoluta, mas sim 'verdade', apenas)? Ou por acaso vocês irão negar o fato - eu disse fato; não tem como destacar em negrito - de que planetas orbitam(à epoca de Galileu não se sabia em torno de quê ou, no mínimo, não se pôde[não sei se é assim; pro diabo com a reforma ortográfica] afirmar com segurança) mas inegavelmente orbitam?
    Ou ainda, após Galileu e os heliocentristas, que orbitam em torno de uma estrela? Isso provavelmente não mudará pela próxima eternidade. O relativismo que questiona o valor da 'verdade' deve, deverá, deveria questionar o valor do discurso - esse sim tomado como verdade - pois as pessoas confundem o discurso (da igreja católica geocêntrica, por exemplo) com a verdade que é uma só e imutável (a terra girará sempre em torno de uma estrela - o Sol - ao menos até o fim dos tempos). É um fato! O que muda é o discurso! Podem criar teorias conspiratórias, sim! Podem falar que Hitler recebeu ajuda de alienígenas (mas não podem negar que judeus morreram em câmaras de gás). Podem falar que Neil Armstrong pisou em um deserto e não em crateras lunares (mas é inegável que o homem conquistou o espaço e a lua, antes ou após àquela nave Apolo).

    Poderá alguém negar, ainda, a sublimidade da música dos barroquistas J.S.Bach, Händel, Vivaldi, a elevação dos classicistas Beethoven, Mozart ou o vanguardismo dos modernistas Villa-lobos, Ravel, preferindo arrocha ou funk a eles? Não, o gosto não se deve confundir com a verdade! Não condeno quem goste de funk ou arrocha, apesar de brigar com alguns muitas vezes (afinal ouço outros tipos de música - como eles ouvem - que não seja clássica e estou sujeito aos mesmos juízos de valor dos funkeiros, pagodeiros e afins)! Condeno quem não reconhece a verdade ('verdade' em negrito e em itálico) que prevalece há mais de 100, 200, 300, 400 anos nas mentes de velhos , crianças, jovens, mulheres! E é assim com o cinema também! Ratifico novamente o meu mantra: o gosto não pode ser confundido com a verdade! Não vejo problemas em quem assiste a filmes 'B' ou a comédias estilo besteirol (quer dizer: vejo, mas quem assiste está no seu direito e pode simplesmente me mandar pro inferno). Acima disso: vejo problema quando alguém nega a genialidade de Kubrick, de Hitchcok, por que não de Glauber Rocha (a despeito de eu não entendê-lo muito). A verdade é mais uma vez absoluta! Claro que a popularidade e a crítica muitas vezes indicam algo que entre para o ostracismo futuramente! Quantos e quantos contemporâneos de Homero não são por nós conhecidos por não deixarem marca significativa alguma na arte poética; todavia Homero é, hoje, célebre e tem sido há mais de dois mil anos (ou, que não seja Homero, mas algum grego autor da 'Ilíada' e da 'Odisséia' - podem relativisar* a autoria, mas não o texto e sua importância para toda uma civilização grega e ocidental)! E, ainda assim, existe quem pragueje contra os clássicos, os responsáveis por toda uma maneira de fazer poesia, música, cinema, política, etc.

    É claro que valores podem ser questionados, ou discursos, ou palavras, mas não a verdade! Não é a verdade que é relativa, e sim algo aceito como verdade!

    A frase citada por Gabriel provém de um documentário [auto] biográfico – O show não pode parar (The kid stays in the picture) - sobre um produtor de cinema americano, Robert Evans - o autor da frase (a frase serve como epígrafe para o documentário sobre sua vida, já que o filme trata sobre versões - da esposa, da imprensa, dos paparazzi - sobre Evans e as drogas, o divórcio, os bastidores do cinema, etc.). Ei-la na íntegra: “Toda história tem três versões: a sua, a minha e a verdadeira. E ninguém está mentindo. Cada um recorda diferentemente” (ou “As lembranças servem a todos de modo diferente”). Contudo ainda assim existe somente uma verdade - a que se perde no tempo e no espaço, pois as pessoas retêm ou contam o que lhes é conveniente; o que nos resta são versões do verdadeiro. Convém ainda citar um documentário a que assisti recentemente. O nome português é “Assassinato numa manhã de domingo” [Un Coupable Ideal (2001); Oscar de melhor documentário]. O filme relata a história do assassinato de uma turista branca na Flórida por um homem negro. O principal suspeito (Leonard Butler) é um jovem negro reconhecido pelo marido da vítima como assassino, já que ele se dizia testemunha ocular do crime tendo visto o ‘assassino’ ‘de perto’. Entretanto as falhas da polícia na investigação (a polícia prendeu um jovem negro que aparentemente não seria suspeito em potencial do crime), evidências claras de falhas na condução da investigação e no comportamento de policiais e a falta de provas físicas levaram à absolvição do jovem suspeito. Mais tarde, o defensor público responsável pela defesa do suspeito foi o responsável direto pela prisão do verdadeiro culpado. Faço referência a esse caso para demonstrar que a verdade é una e que diferentes são as versões (e é agora que entra a frase) dadas para tentar ‘desvendá-la’. O culpado matou (com certeza) e isso não mudará por mais que ele se arrependa. Se condenam um inocente tampouco a situação se alterará, já que o verdadeiro (em negrito e itálico) culpado é um só, não mudará.

    Por fim penso que até mesmo a existência de Deus (ou deus, ou deuses) não pode ser ‘relativisada’*. Vejam bem por que razão: a verdade é uma só, invariável e imutável. Vamos dizer que a verdade seja a de que Deus exista. A verdade é única ainda que existam ateus dizendo o contrário. Agora, assumamos que Deus não exista e que isso é comprovado (não sei por que meios, não vem ao caso; mas digamos que isso fosse provado de alguma maneira). A verdade seria que Deus não existe ainda que alguns dissessem o contrário. Ou seja, mais uma vez a verdade seria uma única, singular, imutável e invariável. As modificações ocorrem no nível da crença e não no nível da verdade.


    Eis um paradoxo: A verdade é relativa

    Eis um pleonasmo: A verdade é absoluta





    *não sei se essa palavra existe

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