terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Nasce o Sol e não dura mais que um dia - Gregório de Matos


Em tempos de renovação de esperança, tempos depois do Natal e Ano Novo, as pessoas costumam analisar suas vidas, planejar novas atividades, pensar em novas ideias, costumam dizer que essa época significa o fim dos ciclos, tempo do novo, bem... para mim não há nada de novo, nunca vi descontinuidade do dia 31 de dezembro para o 01 de janeiro de todos os anos, o tempo não para, não há intervalo, mas como nem todos pensam igual a mim, e já que para muita gente esse período serve de recomeço, vou recomeçar.
A frase título indica o que quero tratar, ela é uma alusão à passagem do tempo, a rapidez com que os dias se seguem [sem questionar a relatividade]. O tempo passa rápido, envelhecemos, morremos e ainda sim a vida prossegue, nossas tristezas, nossos sofrimentos, nossas angústias não farão o tempo passar mais devagar ou mais depressa para o resto do mundo, mesmo que para nós os dias possam parecer ora mais longos ora mais curtos, eles continuam passando na mesma velocidade.
Preocupamo-nos com muitas coisas todos os dias, é meio que inevitável, pois trata-se de sentimentos, porém é imprescindível sempre lembrar dessa frase de Gregório de Matos, por quê? Bom, basicamente porque temos sempre que lembrar que nossa vida é breve, nosso dia só dura um dia, nosso ano só dura um ano. Aproveitemos nossos dias [originária daquela velha frase em latim, já banalizada mas nunca banal], não se pode deixar tudo de lado, mas não podemos nos deixar de lado por causa de tudo.




PS: estou me adaptando a reforma ortográfica, não reparem em eventuais erros ;)

9 comentários:

  1. Aproveitemos bem o nosso tempo, e que nele possamos acreditar em tudo que nos faça bem e nos seja ideal... Feliz Ano Novo a todos que acompanham esse excelente blog e que possamos fazer tudo e também não fazer nada e ser felizes, porque no nada há sempre algo além do que se chama de vazio. ;)

    Amei, como sempre.

    ResponderExcluir
  2. Concordo 100% com o texto, não sou a favor o carpe diem, mas também não se deve levar a vida muito a sério.
    Deixar de viver por medo de ser julgado nada mais é que tolice, mas voltando ao tema principal... qualquer hora é hora de recomeçar, de ampliarmos horizontes, não precisamos esperar a Terra completar um volta em torno do sol para mudar.

    Sei que é covardia colocar um trecho de Scorpions, mas esse vem bem ao caso:

    "In the game of life
    We live and die
    Another breath begins
    Another chance to win the fight
    From the moment that you hit the ground..."

    (The game of life)

    ResponderExcluir
  3. (...) In the game of life..." Scorpions rules :P

    ResponderExcluir
  4. Se soubéssemos aproveitar ao máximo cada instante da vida seria muito bom:Qtas vezes qremos estar perto de quem gostamos e naum podemos?
    E se a cada erro servisse de aprendizado e nos fizesse crescer como seres humano sem necessitar de datas especiais para q essa renovação ocorresse..

    continuando com Scorpions
    "And you run 'cause life is too short.."

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  6. Marlon,

    Mais uma vez faço das suas palavras as minhas. E para dar continuidade ao que você escreveu trago uma passagem diretamente da Bíblia:

    A Eterna Mesmice

    Geração vai e geração vem; mas a Terra permanece para sempre.
    Levanta-se o Sol, e põe-se o Sol, e volta ao seu lugar, onde nasce de novo.
    O vento vai para o sul e faz o seu giro para o norte; volve-se, e revolve-se, na sua carreira, e retorna aos seus circuitos.
    Todos os rios correm para o mar, e o mar não se enche; ao lugar para onde correm os rios, para lá tornam eles a correr.
    Todas as cousas são canseiras tais, que ninguém as pode exprimir, os olhos não se fartam de ver, nem se enchem os ouvidos de ouvir.
    O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol.
    Há alguma cousa de que possa dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos que foram antes de nós.
    Já não há lembranças das cousas que precederam; e das cousas posteriores também não haverá memória entre os que hão de vir depois delas.



    ps: Livro de Eclesiastes, Capítulo primeiro

    ResponderExcluir
  7. "Geração vai e geração vem; mas a Terra permanece para sempre.
    Levanta-se o Sol, e põe-se o Sol, e volta ao seu lugar, onde nasce de novo."

    nada a acrescentar ;D

    ResponderExcluir
  8. Sim, concordo veementemente. Os anos não possuem nada de 'novos'. As únicas coisas que se renovam são, talvez, os conflitos, os namoros, as guerras, as catástrofes, os jornalistas da T.V.(os costumeiros vão passar férias nesse período), a quantidade de fogos queimados nos 'reveillón' das praias e cidades mundo afora(vide as notícias trocadas todo ano; Já posso inclusive imagino algumas:"Recorde de público e de queima de fogos na praia de Copacabana" ou "Tantas pessoas feridas por queimaduras na passagem do ano"), as estatísticas de acidente, os presidentes, os prefeitos, as ceias da virada, os shows da virada etc, etc, etc. Se bem que se pensarmos direito tudo o que eu falei acima, chegaremos à conclusão de que nada muda. Se se mudam os conflitos o ato de conflituar continua, se a guerra o ato de guerrear, se o namoro o ato de namorar, e assim por diante. Não vejo graça alguma em comemorar o ano-novo e muito menos nas 'promessas de ano-novo' importadas do 'new york revolution' americano.

    A respeito do ato de viver e de realmente olhar a vida e o que ela oferece ou simplesmente parar um pouco para viver realmente, recomendo um filme a que assisti recentemente: Viver(1952 ou 1953, não sei ao certo), de Akira Kurosawa, que foi exibido na UESB há pouco tempo, como parte do projeto "Segundo o cinema"(conf.
    http://segundoocinema.blogspot.com/). O filme trata do que é mencionado em seu texto: as pessoas não vivem(no caso do filme um personagem )até a morte nos bater inadiadamente à porta.

    Espero que meu comentário tenha acrescentado ou suscitado algo na discussão dos colegas!

    ResponderExcluir